The Battered Bastards of Baseball | Hoooome run!

O futebol anda meio chato, não? O fraco nível dos clubes brasileiros, o fatídico 7 x 1, campeonato decidido no tapetão, falta de organização, estádios vazios, etc.. Tá difícil se manter interessado.

Por isso, o assunto deste blog agora é beisebol! Sim, o “passatempo predileto dos Estados Unidos”.

THE BATTERED BASTARDS OF BASEBALL (algo como Os Canalhas Surrados do Beisebol, em tradução direta) é um documentário, lançado em janeiro de 2014, sobre o Portland Mavericks, equipe que ficou famosa entre 1973 e 1977 por devolver a cidade de Portland o amor que ela havia perdido pelo beisebol.

Portanto, guarde as chuteiras e caneleiras, pegue seu boné, luva e bastão e venha com a gente rebater esta Observação sobre um esporte pouco conhecido no Brasil e que desperta adoração em muitos países!

PLAY BALL!

Adoro beisebol! É um dos meus esportes favoritos. Porém, confesso: chega a ser chato acompanhar um jogo inteiro. Não há limite de tempo, são nove entradas e cada uma delas só acaba quando três jogadores são eliminados. Se assistir é um pouco tedioso, jogar é outra história. Sem dúvida é um dos esportes mais excitantes para se participar. Se tiver a oportunidade de jogar, jogue!

Bing, seu filho Kurt e Frank Peters, técnico nos Mavericks
The Battered Bastards of Baseball fala, essencialmente, sobre o prazer de praticar beisebol e gira em torno da figura de Bing Russell. Bing foi o famoso dono do Portland Mavericks, mas por aqui é mais conhecido como pai do famoso ator Kurt Russell, que também aparece no filme com depoimentos emocionantes.

Assim, como o filho, Bing dedicou-se a carreira de ator e chegou a fazer sucesso nas telas, principalmente com a série Bonanza (1959-1973). Mas seu primeiro amor era o beisebol. Estudioso, chegou a fazer vídeos explicativos de como se aprimorar no jogo. Vale a pena ver Kurt, que também jogou pelos Mavericks, falar da devoção de seu pai ao esporte.

Importante pontuar que, nos EUA, além da Major League Baseball (MLB), temos também as ligas menores com equipes que disputam campeonatos regularmente. Com o sistema de times afiliados, as equipes da MLB pegam os melhores jogadores dessas ligas. Ou seja, os times regionais independentes estavam acabando e se tornavam apenas ‘trampolins’ para a MLB. Em 1972, não havia nenhuma equipe independente nos EUA. Em 1973, Bing nadou contra a corrente, criando o Portland Mavericks.

AMOR AO JOGO


A história de Bing Russell e da cidade de Portland começa a se confundir em 1972. Após o fim de Bonanza, Bing ficou um tempo parado aproveitando sua família, mas logo começou a pensar em trabalhar com seu esporte favorito. Enquanto isso, o Portland Beavers (time da cidade na época) estava se mudando devido ao baixo número de torcedores no estádio.

Bing aproveitou a oportunidade e criou o Mavericks, o único time independente da liga. Sua ideia era fazer uma equipe competitiva que se divertisse jogando o beisebol e pudesse competir de igual para igual com os afiliados. Bing passou a recrutar (através de pequenos anúncios em jornais) jogadores não aceitos em outros lugares, muitos deles acima de 30 anos de idade. O documentário mostra a situação precária dos Mavericks. Uniformes velhos e surrados, ‘atletas’ barrigudos tomando cerveja no vestiário. Esse era o espírito.

Fracasso? Muito pelo contrário. Os Mavericks jogavam muito bem com um estilo de jogo baseado na velocidade, em roubar muitas bases. Para dar uma ideia do modo como Bing dirigia o time, impossível não rir quando ele resolve dar um carro para Reggie Thomas, o melhor jogador de seu plantel. Detalhe: Reggie morava a um quarteirão do centro de treinamento. Sobre o assunto Bing apenas disse: “Reggie precisa do carro”.

O legado dos Mavericks vai além dos resultados. Eles não só devolveram às pessoas de Portland a alegria de ver beisebol. Mostraram que o jogo deveria ser jogado por amor e aqueles que o praticam devem, antes de tudo, se divertir.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os anos 70 marcaram um o início de uma maior presença do marketing e da propaganda no esporte. Hoje, as grandes estrelas têm sempre um assessor ou alguém que cuida da sua imagem.
Difícil acreditar na autenticidade da atitude dos esportistas nos dias atuais.

Se na época do Portland Mavericks o esporte já era um negócio gigante, quem dirá agora. Contratos milionários, jogadores sendo comprados e vendidos por cifras astronômicas deixando em segundo plano o essencial, como diz Carren Woods, Gerente-Geral Assistente do Portland Mavericks:

Portland Mavericks e um elemento que o marcou: a vassoura
“O que fez aquele time dar certo é porque era independente, o que fez o time dar certo foi ter aqueles malucos. Mas no final das contas... era o beisebol. Era o beisebol como o jogo deveria ser jogado. Pelo amor ao esporte”.

THE BATTERED BASTARDS OF BASEBALL
País de origem: Estados Unidos
Ano de lançamento: 2014
Direção: Chapman Way e MacLain Way
Produção: Juliana Lembi

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